O Instituto Royal, investigado pelo Ministério Público pelo uso de cães em testes para a indústria farmacêutica, registrou um Boletim de Ocorrência de furto na Delegacia de São Roque, no interior de São Paulo, contra os cerca de cem ativistas que invadiram o laboratório na madrugada desta quinta-feira e recolheram os 178 animais da sede do instituto. A direção do Royal pretende processar os ativistas na Justiça supostas depredações e saques.
De acordo com o diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henriques, serão usadas imagens da invasão para identificar os líderes."Estamos acionando nosso departamento jurídico para responsabilizar nas esferas civil e criminal os autores dessa invasão, pois houve saques e danos." Segundo Henriques, além de retirar e levar os animais, os invasores arrombaram portas, depredaram instalações e furtaram computadores e documentos.
Os ativistas percorreram os três andares do prédio e recolheram os animais. A ação foi comandada por um grupo que estava acampado na frente do prédio. A Polícia Militar impediu que o grupo deixasse o local, mas muitos ativistas já tinham saído do estabelecimento levando animais em seus veículos.
Segundo os protetores de animais, não há como precisar o número de animais retirados do laboratório, já que ONGs diferentes participaram do recolhimento. A maioria dos ativistas diz que mais de 250 cães da raça beagle, cinquenta coelhos e alguns gatos foram recolhidos. Não sobrou nenhum animal no estabelecimento.
A direção do instituto classificou a invasão como "ato de terrorismo" e informou que suas atividades são acompanhadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Agência informou por meio de nota que "as regras para o uso de animais em pesquisa não são definidas pela Anvisa e não são objeto de fiscalização". A Anvisa informou ainda que firmou uma cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam) para que sejam validados métodos que dispensem o uso de animais.
Segundo relato de grupos de defesa dos animais, a Polícia Militar da cidade está fazendo uma ronda nas clínicas veterinárias da região para recapturar os animais retirados do local. A localização deles pode ser rastreada por meio de chips implantados sob a pele dos animais.
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